A "Escolha" do Amor

Este texto não é fruto do meu livre pensar sobre as situações da vida, não obstante a idéia dele está na minha mente há dias e ter a ver com as minhas vivências, sua inspiração e desejo por escrevê-lo nasce numa mesa de uma pizzaria numa conversa informal sobre o amor, onde prometi aos meus amigos Mauro, Juliana, Jaqueline e Marcelo, Flavinha e Thamy, escrever sobre o que falávamos.

Escrever é assim, as palavras e idéias parecem ter vida própria, parece que elas decidem o dia que querem ser escritas e hoje elas "escolheram" que eu escrevesse sobre a escolha que o amor nos faz.


É isso mesmo que você leu. Eu acredito que não somos nós quem escolhemos amar, somos escolhidos pelo amor para amar alguém. E quando isto acontesse não há razão, não há tempo, não há regras formatadas que impeçam o sentir. Ele acontece... Quem nunca amou não sabe a força que o amor tem. O que fazer com este sentimento é um outro aspecto, é uma pergunta secundária, mas impedir que o amor surja dentro de nós é "quase" impossível.

Falar sobre o amor sempre será um tema inspirador e cheio de contradições para mim. Porque o amor ao mesmo tempo que alegra, pode gerar dor. Ao mesmo tempo que faz sorrir, pode fazer chorar. Ao mesmo tempo que te possibilita enxergar o horizonte, pode te levar a um labirinto de incertezas e ansiedades.

Alguém poderá até dizer que se o amor gera todas estas contradições o que você sente não é amor. Eu prefiro pensar que não há ao mesmo tempo, nada tão forte e frágil quanto o amor. Ele é capaz de resistir a tudo, mas se não for regado como uma planta que necessita de cuidados de tempos em tempos, poderá morrer, poderá acabar.

A verdade é que não há nada mais imprevisível que o sentimento. Ninguém pode garantir que aquele(a) que diz te amar hoje, te amará daqui há cinco anos, dez anos. Esta idéia nos assusta porque ao descobrir o amor, ninguém em sã consciência planeja desistir de amar. Amar é muito bom. É por isso que nos esforçamos por tornar este sentimento previsível e estável. Então revestimos o amor de previsibilidade que às vezes ele não tem. Porque pensar na dor do amor é terrível. Sentí-la pior ainda. Por isso que também chego à conclusão que se envolver e se lançar numa relação de amor com alguém é sem dúvida uma das maiores decisões de fé.

Aceitar a imprevisão do amor é muito difícil para nós, porque não conseguimos pensar em amor destituído de romantismo. Mas a verdade é que pessoas também deixam de amar por vários motivos que não vêm ao caso, pois a minha intenção aqui não é escrever sobre os desdobramentos do amor e sim da sua capacidade de nos escolher. Quando o descobrimos já é tarde, já estamos completamente envolvidos por ele.

O amor é quem nos escolhe Mauro, se não fosse assim, não amaríamos alguém que não nos ama.
Quando o amor nos escolhe podemos amar em silêncio sem que o outro saiba de nada, por entendermos que não há possibilidade de acontecer uma história de amor com este outro.
O amor pode nos levar a situações desconfortáveis que não gostaríamos de está Ju...
Quando o amor nos escolhe queremos deixar de amar e não conseguimos. Queremos fugir e nos aproximamos... E se o seu amor for como cacto, você poderá sentí-lo por muito tempo sem que seja regado por alguém.

É o amor quem nos escolhe para amarmos alguém. É o amor que em meio as imprevisões e contradições do sentir, nos conduz à esperança mesmo quando tudo está confuso. É o amor que nos faz esperar o tempo necessário sem que saibamos quanto tempo este tempo será. É o amor que nos faz enxergar além do olhar dos outros.

Eu não tenho como entender diferente... É o amor quem nos escolhe para amarmos alguém. Eu não tenho medo de amar apesar de toda imprevisão e contradição que vivo hoje.