Gaf's Pastorais 2 (O Casamento do Século)

Esta história é uma das mais hilárias que já ouvi sobre gaf's, micos, o que seja para definir esta trapalhada... Ela envolve dois pastores conhecidos meus que terão agora seus "milagres" revelados, mas os nomes dos "santos" serão preservados. Confesso que gostaria de ter visto com meus próprios olhos isso que vou descrever aqui. Quando ouvi esta 'gaf' logo me lembrei das antigas esquetes nos programas dos "Os Trapalhões".

Pois bem, tudo se passa num casamento. Igreja bonita, pessoas bem vestidas, arranjos muito bem feitos e a música começa indicando que os pastores poderiam entrar. Tudo parecia acontecer normalmente, mais uma cerimônia de casamento na vida de um pastor; Tudo parecia, se um dos pastores não tivesse derrubado logo de entrada, um belo e grande arranjo fazendo um barulho daqueles, chamando a atenção de todos os convidados... Este bendito colega, querendo livrar-se dos olhares das pessoas, movido pela vergonha e constrangimento daquela cena não hesitou em apagar a cena do "crime" tentando afastar o arranjo com o pé para trás de uma mesa, como se ninguém estivesse vendo aquela cena vexatória...


O protocolo da cerimônia não foi afetado em nada por conta de um arranjo derrubado ao chão num casamento cheio de pompas fazendo um estardalhaço daqueles; Entraram o noivo, as testemunhas do casal, os pais e aquelas crianças que todos acham umas fofuras trazendo as alianças; Tudo estaria acontecendo normalmente se não fosse o esquecimento do pastor, daquele mesmo que derrubou o arranjo logo no começo, trocando os nomes do casal durante toda a mensagem até a hora das alianças, chamando 'Carlos' de 'Roberto' e 'Marta' de 'Rosa' correndo o risco de casar pessoas diferentes se não fosse o aviso baixinho da noiva em risos ao outro pastor que iria fazer a cerimônia das alianças.


Nomes corrigidos a tempo, votos feitos e alianças nas devidas mãos e emoção no ar, restava apenas aos noivos assinarem a ata daquela cerimônia religiosa com efeito civil. O livro de atas estava colocado no púlpito que se posicionava ao lado direito do casal e eles foram assiná-lo. O segundo Pastor os acompanha e tinha agora a chance de terminar aquela cerimônia fazendo com que os convidados esqueceçem os acidentes anteriores. Como disse: ele tinha a chance...


Colocando-se atrás do púlpito não percebeu que havia uma caixa de som retorno (caixa de som menor que serve de retorno de voz a quem fala daquele local), que estava muito próxima a ele e descuidando-se ao dar um pequeno passo para trás, tropeçou de costas caindo por cima daquela caixa de som quase quebrando a coluna (kkkkkkkkkkkk....)

Numa fração de segundos levantou-se como se fosse o 'homem elástico' o que provocou um riso incontrolável da noiva que nem conseguia assinar o livro direito.

Escrevendo esta 'gaf' me vieram algumas perguntas:
Será que tudo isto saiu na gravação? Nossa...
Quem disse que a atenção no casamento está apenas voltada para a noiva? rsss...
Até a próxima 'gaf'.

Gaf’s Pastorais 1(O Peso da Mão de “Deus”)

Começa agora uma série de textos sobre “Gaf’s Pastorais” que aconteceram comigo ou com colegas pastores no exercício de seus ministérios. Gostaria de deixar claro que todas elas são verídicas apesar do caráter inimaginável de algumas. Para inaugurar esta série sobre gaf’s, vocês saberão o “santo” e seu “milagre”, que é este quem vos escreve. Caramba... rsss. Vamos lá!

Trata-se de um sôco que dei bem no meio da testa de um irmão, sem querer é claro, quando fui pregar no aniversário de uma igreja numa pequena cidade do interior do Ceará, chamada de Várzea Alegre. Na ocasião eu falava sobre a bênção de ser disciplinado por Deus. Pois quando Deus nos disciplina é sinal que não somos bastardos e sim, filhos legítimos. Deus disciplina a quem ama. É assim que nos diz o Escritor da carta aos Hebreus no capítulo 12:5-13.

Depois de expor o texto e convidar as pessoas que aceitassem a disciplina de Deus em seus corações que é o seu ensino, correção e orientação que às vezes pode ser mais dura, convidei as pessoas que viessem à frente para orarmos e reafirmarmos nossa filiação e consagrarmos nossas vidas a Deus naquela noite. Algumas pessoas atenderam ao meu chamado e vieram à frente e eu resolvi descer da plataforma para estar perto e orar com elas. Minha decisão de descer foi posterior a chegada das pessoas que se posicionaram entre o púlpito e a mesa da eucaristia daquela igreja.

Quando desci percebi que não havia tanto espaço assim, mas me posicionei em frente àqueles irmãos e comecei a orar. Me empolguei com a iniciativa corajosa daquelas pessoas e com a minha oração a ponto de fazer movimentos fortes com a minha direita para frente,como se esmurrasse o ar, parecia um pastor da Universal...

Dentre as pessoas que estavam ali na frente posicionadas estava um irmão quebrantado pela mensagem e com a cabeça inclinada para frente, enquanto eu orava com toda força, nas palavras e no braço... Imaginem a cena... kkkkkkkk. É sério gente, quando me toquei do que havia acontecido já era tarde demais. Enquanto eu orava percebi que tinha dado um sôco com a mão fechada bem no meio da testa daquele irmão. Agora foi um sôco denso e pesado mesmo. Não tinha como pedir desculpas naquela ora, eu ainda estava orando...

Depois da oração eu e o meu amigo, pastor daquela igreja, nos dirigimos à porta para cumprimentar as pessoas até que chegou a vez daquele irmão, vítima da minha “violência”. Com os olhos marejados, me abraçou forte e disse: “Pastor, hoje Deus me disciplinou mesmo!”. Não tive outra coisa a dizer se não: Amém meu irmão!

Santa Folia... Bom Seria...




A terra do frevo está fervendo desde a segunda semana de janeiro. O trânsito está 'louco', a cidade está repleta, e pessoas de todos os tipos e lugares resolveram se encontrar em Olinda e Recife durante o carnaval. 'Gringos' de todas nacionalidades irão esticar a temporada até os primeiros dias de março misturando-se aos pernambucanos. O carnaval deste ano parece mais popular que nunca. Aqui não tem abadá. Todos têm acesso aos grandes show's e de graça.

Eu que sempre estive envolvido em acampamentos de igreja durante este período de festa popular terminei ficando em Olinda mesmo. Poucas vezes isso aconteceu comigo mas tem sido um tempo interessante para estar com novas pessoas ou sozinho, assistir filmes com alguns amigos ou ler e meditar sobre a vida em minha casa.

O carnaval como expressão cultural e popular é uma das mais lindas no meu estado. Um colorido fantástico, a espontaneidade das pessoas à flor da pele, as fantasias engraçadas, foi o que percebi ontem voltando para casa pelas ruas de Recife e Olinda. Ontem (sábado) o Galo da Madrugada (o maior bloco carnavalesco do mundo) foi às ruas do centro da cidade do Recife, arrebanhando uma multidão de pessoas debaixo de um sol causticante. Observei alguns 'flash's' pela televisão, pois não obstante gostar da beleza e diversidade cultural desta época, confesso que não teria coragem de sair frevando no meio daquela multidão. Sou folião da apreciação, vibro com toda a diversidade cultural do meu Chão, mas cair no frevo, só na imaginação rsrsrsrs...

O carnaval é uma festa bonita. Todos os povos têm suas festas populares. Mas sobre o carnaval parece pesar "um ar" de "pecado", "carnalidade", "promiscuidade" e eu não estou aqui para provar o contrário, todos nós sabemos que existem muitas coisas exageradas realizadas por pessoas neste período que não são lícitas. Mas o fato é que a festa carnaval nunca foi sempre assim como está. Ainda existem lugares onde foliões brincam sem maldade e sensualidade com seus familiares da melhor maneira possível curtindo este período como uma verdadeira celebração.

Entendo que a proposta do evangelho não é acabar com as festas, mas sim, que elas reproduzam e exalem cheiros e valores cristãos de um bom viver, capaz de dar ao ser humano satisfação não somente espiritual/religiosa, mas emocional, relacional e cultural. Afinal de contas, necessitamos das outras áreas que compõem a existência humana, gerando vida e identidade com o nosso tempo e espaço.

Nesse período de carnaval as opiniões se dividem entre os cristãos evangélicos: Uns preferem sair para seus retiros espirituais, o que já criou um mercado rentável para os donos de hotéis, fazendas e Chácaras. Como também existem àqueles grupos que resolvem evangelizar entre os foliões com peças teatrais, grupos de dança e abordagens pessoais. Existem ainda àqueles que também preferem "se retirar" em suas próprias casas e fazerem boas leituras, descansar ou talvez ver bons filmes.

Eu não tenho nenhuma posição contrária às três opções acima. Mas sou contra sim, àqueles que saem para os seus retiros achando que os que ficam para evangelizar, "ficam por um pretexto de aproveitarem a festa para darem lugar à carne". Isto é um verdadeiro absurdo pensar desse jeito, mas infelizmente existem pessoas que pensam deste jeito. Que pena.

Sou contra àqueles que ficam para evangelizar mas, criticam os que saem para os retiros classificando-os de "descomprometidos", "sem visão missionária", "sem paixão pelas almas", como se estivessem 'fugindo' do imperativo "ide" de Cristo. É um exagero pensar assim, mas infelizmente, existem os que pensam desta maneira. Que julgam de forma negativa a espiritualidade do outro, porque durante o carnaval, como se não houvesse outro tempo para falar de Jesus, alguns resolveram acampar ou descansar.

É uma pena que a relação entre cultura e espiritualidade seja algo ainda tão frágil entre nós, cristãos evangélicos. Que bom seria se a gente pudesse falar de Jesus sem vivermos em crise com a nossa cultura, com o nosso 'jeitão' de ser brasileiro, de ser pernambucano e com as nossas festas sem peso de culpa infernal. Bom seria que a nossa busca espiritual pudesse nos humanizar mais, a fim de vivermos de maneira mais integral e integrada como o mundo e com as coisas que Deus criou. E isto está longe de ser mundanismo ou secularismo, mas liberdade cristã, que permite experienciar todas as coisas e retêr as que são boas.

Que bom seria se pudéssemos fazer santas folias, porque tudo o que fizermos ou viermos a fazer, deve ser para Glória de Deus.